segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Um pedacinho de Itinga em nosso coração



O casal Marília Juliano Bugni de Mattos, dentista, e Tomás Holland Wey, engenheiro de telecomunicações e analista de marketing, apadrinham ao todo quatro crianças pela Visão Mundial: Vitória e Edmilson, de Fortaleza, Joyce, de Itinga (MG) e Carla, de Maceió (AL). Entre os dias 26 e 30 de setembro deste ano os dois estiveram em Itinga para conhecer a afilhada mineirinha e também para empreender um trabalho social com crianças daquela cidade. Marília prestou mais de 60 atendimentos odontológicos gratuitos e distribuiu 1252 kits de escovação a crianças de 10 creches e escolas municipais. Já Tomás, orientou a meninada a como escovar os dentes direitinho, alegrando a todos com sua fantasia de palhaço.

“O pessoal do PDA Itinga se organizou e nos ajudou em tudo. Eles já haviam feito previamente uma triagem e marcado pacientes que foram atendidos em um consultório da prefeitura”, relata Marília. “Para a minha sorte, a Mônica, uma das funcionárias da AMAI (agência parceira da Visão Mundial no PDA Itinga), foi auxiliar de dentista durante sete anos e enriqueceu nosso projeto, pois melhorou a qualidade do meu trabalho me auxiliando tanto no consultório quanto nas escolas”.

Marília conta que, nas escolas, o casal optou por atender crianças da 5ª série, pois, nesta idade, elas têm mais dentes permanentes já irrompidos que poderiam estar cariados. “A técnica aplicada foi o TRA*, que é rápida, simples e eficiente. Tiramos o tecido amolecido (cárie) e preenchemos a cavidade com um material chamado ‘ionomero de vidro’. As crianças atendidas tinham condição bucal ruim, muitas já perderam dentes permanentes e todas tinham cárie”, relata.

A ideia de viajar para desenvolver um projeto social era um sonho antigo do casal. “Já tínhamos vontade de visitar algum PDA da Visão Mundial. Apesar de receber as notícias pelos informativos, estar no local é totalmente diferente. Tínhamos vontade de poder contribuir também com nosso tempo e nossos talentos. Foi por isso que optamos por fazer uma ação odontológica e também usar a linguagem do palhaço (eu faço teatro amador e estudo clown há cinco anos) para fazer a prevenção, ensinando às crianças  como escovar os dentes”, conta Tomás. “Além desses atendimentos, foi muito bom conhecer a dinâmica do PDA, a quantidade de ações distintas que são realizadas, além de compreender melhor como funciona o programa de apadrinhamento e a gestão dos recursos”.

“O maior valor do programa de apadrinhamento não é financeiro e sim afetivo”
Para Marília, conhecer a Joyce, uma de suas crianças apadrinhadas, foi um dos pontos altos da viagem: “Foi muito gostoso ver aquela menina meiga de perto. Ela estava um pouco tímida no começo, mas logo começou a conversar e me mostrou um trabalhinho que fez na escola para o Dia das Mães. Fiquei feliz ao conhecer a família dela, uma família amorosa, e também muito emocionada ao ver uma foto minha na estante da sala. A visita nos aproximou; quero continuar a mandar e receber notícias, acompanhar o crescimento daquela florzinha e ajudar no que puder. Desejo ser uma amiga que faz parte da história da Joyce”, emociona-se. “O que fizemos foi bem pouco perto da necessidade daquela população. Valeu muito mais por ter conhecido pessoas maravilhosas, que vivem pra ajudar outros”.

O impacto de uma simples foto
“Foi através da visita que pudemos compreender que o maior valor do programa de apadrinhamento não é financeiro e sim afetivo”, avalia Tomás. “A maioria das famílias tem muita curiosidade de conhecer os padrinhos e de poder trocar cartinhas; isso faz muita diferença para eles. É algo que não tínhamos noção”, diz. “Marcou muito saber que a Joyce guardou a foto que a Marília havia enviado há algum tempo, e ainda mais ao saber que a menina juntou seu dinheiro para comprar um porta-retrato e colocar essa foto na estante da sala. Isso nos emocionou bastante, pois jamais poderíamos imaginar o impacto de uma simples foto para eles”.

Hoje, Marília e seu noivo fazem um balanço emocionado da verdadeira experiência de vida que trouxeram de Itinga. “Eu compreendi melhor o papel da Visão Mundial e fiquei com mais vontade ainda de ajudar”, diz a dentista. “Ao mesmo tempo em que nos sentimos impotentes diante de tanta necessidade, voltamos com a certeza de que em algum momento Deus sonhou com essa ação em Itinga. Voltamos para São Paulo com um pedacinho de Itinga no nosso coração”, conta Tomás.


A Visão Mundial na vida de Tomás e Marília
Tomás conheceu a Visão Mundial na IBAB (Igreja Batista de Água Branca – IBAB) há 10 anos e, desde então, tornou-se um padrinho. “Achei o programa muito interessante, eficaz e a quantia mensal é bem reduzida se comparada com a amplitude daquilo que os projetos oferecem.” Já Marília decidiu se tornar madrinha depois de ver a foto da afilhada de Tomás: “Ao ver a foto dela, fiquei curiosa pra saber a história daquela menininha. Foi assim que conheci a Visão Mundial. Gostei do programa de desenvolvimento de área, vi um livro na casa dos pais do Tomás com fotos de PDAs e decidi apoiar a causa. Hoje apadrinho três crianças!”

Generosidade em vídeo
A viagem de Marília e Tomás a Itinga rendeu um lindo vídeo que o casal postou no YouTube. Clique aqui e assista a essa verdadeira transformação social que um casal tão solidário, generoso e abençoado promoveu na vida das crianças moradoras de uma cidade, cenário de tanta miséria e tão desamparada pelo poder público, porém repleta de pessoas que, assim como Marília e Tomás, sabem como ninguém nos tocar o coração. 

* Técnica da Restauração Atraumática (TRA)

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