quarta-feira, 29 de junho de 2011

São pessoas doces assim, generosas assim, que constroem a Visão Mundial, um pouquinho a cada dia


Seu Pedro tem 87 anos e desde o ano 2000 é um padrinho da Visão Mundial. Ele apadrinha o garoto Vinícius, do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, uma das regiões mais pobres e desiguais do País.

Todos os meses, Seu Pedro faz questão de ir pessoalmente ao escritório da Visão Mundial, em Belo Horizonte, para pagar seu “carnezinho” de apadrinhamento. Cavalheiro e afetuoso que é, leva sempre uma caixa de bombons para as meninas da Central de Atendimento.
Seu Pedro, que esteve ontem no escritório de Belo Horizonte para pagar sua contribuição pelo apadrinhamento do menino Vinícius e, como sempre, levando uma deliciosa caixa de bombons para as meninas da Central de Atendimento.
Foto: Léa Sá 

“Já passei muita coisa nesta vida e por isso eu sei como é importante ajudar quem precisa. Não tenho muito, se pudesse doaria mais. Então, por que não compartilhar esse pouquinho que construí até aqui?”

Veja abaixo a alegria de toda a equipe de Belo Horizonte, depois da visita doSeu Pedro. Falem a verdade: não é uma equipe linda e super-alto astral????
Léa é a que está com os bombons nas mãos (não é boba nada!), o Rildo é esse ao lado dela, de camisa verde. O outro rapaz, atrás da Léa, é o Samuel. Lá no fundo, da esquerda para a direita: Josi, Ana Cristina, Natália, Eliana, Junia Souza, Cássia Caroline e Flávia. Na frente, da esquerda para a direita: Samara (de blusa vermelha), Ana Claudia, Junia Mara e Luciana! Sortuudos!! 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

"Olá, boa tarde! O senhor já conhece o trabalho da Visão Mundial?"


Quatro jovens compõem um grupo que, diariamente, vem apresentando a Visão Mundial pelas ruas de São Paulo. Jefferson PedaceCaio WasedaWilliam Santos e Luíza Mesquita já estiveram esta semana pela região da Avenida Paulista, Brigadeiro Luís Antônio, Higienópolis e, hoje, marcaram presença na Praça da República, região central da capital paulista.

Vestidos com camiseta laranja e identificados com crachá funcional, os quatro abordam os passantes, num trabalho batizado de Face to Face. De forma atenciosa, eles apresentam a organização às pessoas e oferecem a todos a oportunidade de apadrinharem uma criança pela Visão Mundial. Até o momento os resultados têm sido surpreendentes e o grupo já conseguiu vários novos padrinhos e madrinhas!

O trabalho, claro, não é fácil. Na correria de uma cidade grande, conseguir atenção de alguém não é tarefa fácil. "O difícil é fazer as pessoas pararem. Mas depois que conseguimos a atenção delas e temos a chance de apresentar o trabalho que a Visão Mundial desenvolve com as crianças, todas se encantam pelo trabalho da organização", conta Luíza, líder da equipe.

De laranja (da esquerda para a direita): Jefferson, Caio, Luíza e William. No alto, Paulinho Bregantin, assistente de Comunicação da Visão Mundial e integrante da equipe de apoio do projeto Face to Face. Na parte de baixo está a Chiquinha, esse vira-latas fofo que visitou a equipe na tarde de hoje, na Praça da República, em São Paulo.

William diz que algumas pessoas, por ainda não conhecerem a Visão Mundial, ficam inseguras de apadrinhar uma criança a partir de uma abordagem na rua. "Mas quando isso acontece, faço questão de pedir a elas que levem o folder da organização para que elas possam conhecer melhor o trabalho desenvolvido pela Visão e, depois, apadrinharem uma criança pelo site. Todas elas ficam tocadas quando conhecem melhor o projeto e quando ficam sabendo o que a Visão Mundial faz pelas crianças."

A experiência de Jeferson não é diferente. Ele se empolga quando as pessoas se interessam pelo trabalho da equipe e, mais ainda, quando demonstram interesse em conhecer mais a história da Visão Mundial. "Só o fato de pararem para nos ouvir com atenção já incentiva o nosso trabalho", diz.

Caio ressalta que é muito comovente perceber que algumas pessoas, mesmo impedidas de ajudar no momento, fazem questão de guardar o folheto que explica como é o trabalho da Visão Mundial para, futuramente, poderem apadrinhar uma criança. "Muitas dessas pessoas estão desempregadas. E elas ressaltam que, justamente por saberem o que é passar dificuldades querem muito, um dia, poder ajudar quem precisa."

quinta-feira, 9 de junho de 2011

São José da Tapera e Visão Mundial: muito já foi feito. Ainda mais se faz urgente e necessário


São José da Tapera é um município do estado de Alagoas, que tem hoje cerca de 31 mil habitantes e apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,529. Trata-se de uma comunidade rural, que tem como fonte de geração de renda aagricultura e a criação de animaisÉ um dos municípios mais pobres do Brasil. A região é marcada pela miséria, altos índices de desnutrição e mortalidade infantil, condições precárias de saúde e moradia e pela falta de informação na utilização dos recursos naturais.

A fonte de geração de renda das famílias vem do descasque de alho. A região sofre com a exploração de mão de obra infantil, com os altos índices de desnutrição infantil, diversos casos considerados de risco social, alto índice de violência e mortes por armas de fogo e o baixo nível de escolaridade. O índice de mortalidade infantil chega a 60 crianças por 100 mil habitantes, a porcentagem de analfabetos é de 50% e o abastecimento de água é feito com alguma regularidade.

Mortalidade infantil - São José da Tapera (Fonte DataSUS)
Índice registrado em 1997 reflete subnotificações

Se hoje a realidade de São José da Tapera é preocupante, há cerca de 10 anos, em 2000, a situação do município era ainda piorconsiderada a cidade mais pobre do país, apresentava um IDH de 0,265, um índice de mortalidade infantil de 65,94, comparável ao dos países mais miseráveis do mundo. Em meados de 1990, a cada mil crianças nascidas vivas no município 148 morriam antes de completar um ano. Nos primeiros meses de 1999, foram registrados índices absurdos de 307 mortes para cada mil crianças nascidas vivas, a maioria delas vítimas da desnutrição e da diarréia, provocada pela água contaminada.

A morte de crianças com menos de um ano de idade era tão corriqueira que armazéns comercializavam pequenos caixões como um item trivial.

Imagem: TV Cultura

No início desta década, cerca de 95% dos moradores da cidade não tinham esgotoe só 30% deles recebiam água nas torneiras, e mesmo assim, apenas uma vez por semana. Para piorar ainda mais a situação, 70,5% da população era analfabeta.

Foi esse cenário vergonhoso que chamou a atenção da Visão Mundial que decidiu, em 1998, levar até a região o programa emergencial SOS Seca, em resposta à situação de miséria na qual se encontrava o município. No ano seguinte, em 1999, a Visão Mundial cadastrou famílias, passou a distribuir cesta de alimentação e a fornecer um complemento alimentar à base de proteínas, vitaminas, cálcio e sais minerais, chamado de multimistura, para cada criança desnutrida. Em pouco tempo, o índice de desnutrição número infantil caiu mais de 70%.


Desde então, o trabalho da Visão Mundial em São José da Tapera não parou mais. Foram iniciados ainda projetos como o Banco de Sementes, pelo qual cada agricultor recebe um saco de sementes, planta, colhe e devolve outro saco de sementes para beneficiar outros agricultores; a Semente de Moringa, um processo natural de purificação da água; e a distribuição de rebanhos caprinos para alguns moradores.

A Visão Mundial construiu também 416 cisternas - tanques para armazenamento de água da chuva, distribuiu centenas de toneladas de sementes de feijão e doou ao município uma fábrica de multimistura, cuja produção atual chega a cem quilos por dia e é oferecida como suplemento alimentar a todas as crianças que estão nas creches. Hoje, todo esse trabalho vem sendo feito em parceria com a Prefeitura de São José da Tapera, Pastoral da Criança e também organismos do Governo Federal.

Além de tudo isso, a Visão Mundial orienta os moradores de São José da Tapera sobre aprevenção de doenças, higiene, planejamento familiar e também sobre o preparo e aplicação de remédios caseiros com plantas da Caatinga. Além disso, desperta na comunidade o interesse por práticas de desenvolvimento sustentável, como a construção de cisternas, a produção agrícola e a criação de animais adaptados para a região do semi-árido o que, consequentemente, faz aumentar a geração de renda.


A Visão Mundial promove também o fortalecimento das expressões artísticas e culturais da regiãoincentivo à leitura, grupos de teatro, capoeira e danças regionais além de estimular o empoderamento comunitário, através da formação de lideranças capacitadas e ativas na participação política e na reivindicação dos direitos sociais.

Apesar de ser um município ainda extremamente carente, o desenvolvimento de São José da Tapera, ao longo da última década, mostra que com a reunião de políticas públicas corretas, assistência social, incentivo ao desenvolvimento auto-sustentável e a formação de parcerias sólidas e eficazes com outras organizações não-governamentais, empresas e organismos públicos, é possível transformar a vocação miserável de uma região em um ambiente próspero, capaz de oferecer oportunidades dignas aos seus moradores.

Foto: Evandro Teixeira